De repente um homem sente vontade de se apaixonar pela praia, olhando para o ridículo da brancura da sua pele, fruto de clausura, de sagração do interior, de se ter aprisionado ao dever de estar só.
Compra então quanto é preciso para ir à praia, mesmo não sabendo já como é que se vai à praia. Ante a própria prateleira os cremes solares e outros bronzeadores, o homem sente-se estúpido, com vergonha de perguntar.
E depois já nem toalha há, emprestam-lhe tudo o mais, talvez chinelos mesmo, por causa da areia, porque ainda há areia na praia, para além de esplanadas cimentadas.
De tudo isso ficou esta fotografia. Não sou eu, apenas a imagem do que poderia ter sido.
Amanhã também é dia. Deus mandou que hoje estivessem 18º graus de manhã e um vento frio para ajudar.