13.5.09

Entreaberta a porta

Hoje vim aqui falar do meu Hugo. Estuda no Arco, pintura e desenho. Um destes dias gabei este quadro. Pressenti em volta um pesado silêncio. Feriu-se-me o coração de pai. Tento ser objectivo e dizer que tem valor. Com convicção. Se apreciar com isenção não é possível a quem é pai, que eu não o seja, mas triunfe a Arte se tiver que triunfar.
Sinto uma interior alegria em hora triste ao ver estes traços. Vou visitá-lo aqui, ao atelier onde esgravata horas a fio. Esta noite gostava de lhe falar das agruras da vida, mas como entristecer um artista, que é luz, alegria, vida? Boa noite, Hugo Bernardo, a vida é bela, as noites lindas, estonteantes...

3.5.09

A longínqua dor

Evanescente, longínqua, por vezes ausente, vivendo só e do resto sozinha, não sei o que pensará deste dia. Resumiu-se em um só filho, do mais esquecida, a tudo indiferente. Hoje é o Dia da Mãe, um instante para se viverem remorsos e tudo aquilo para que um homem nasce.