Criei este espaço em Novembro de 2005, interrompi-o em Abril de 2021.
Lembrei-me dele como o espaço possível para deixar aqui registo de um pouco de tudo e um pouco de quase nada, o que leio, vejo, ouço e sinto, talvez pela ordem inversa dos factores.
A ideia do regresso surgiu ao ler este Domingo uma crónica de Simon Heffer no jornal britânico Telegraph, na qual o cronista, que também é do Spectator, recorda a coluna Hinterland que manteve no referido jornal conservador, que os opositores denominam, precisamente por isso, como o Torygraph e que eu, sem ter pudores por não ter de os sentir, assino desde há vários anos.
Heffer manifestava pena pelos que que se não interessam pela cultura e recordava, a propósito a sua infância, a influência paterna sobretudo no interesse pela música. Citava a Berceuse de Fauré, novidade para mim que apenas conhecia a de Brahams e a vagamente a de Chopin.
Mas eis o ponto. Este espaço chama-se Posta Restante. Na linguagem postal, do tempo em que se escreviam cartas, a poste restante [a expressão vem do francês] é a secção da estação dos correios onde fica a correspondência enviada a destinatário que ali a levantará, nomeadamente por não ter morada fixa para a qual seja expedida. Decorrido certo prazo, segue para o Refugo Postal, sendo leiloada se, esgotado o prazo-limite, ninguém a reclamar.
A ideia é precisamente essa: remeter para aqui bilhetes postais sem destinatário certo. Eis o primeiro. Não tem tema, anuncia apenas o regresso, como no tempo em que existiam telegramas.