3.12.05

O mar Aral


Como num pesadelo, o mar sumira-se e a erva crescera no seu fundo. Sal e ferrugem corroem hoje a paisagem. Uma sede de vida surge-nos, erráticos viajantes, súbita e necessária, secando-nos as entranhas. A ideia de uma terra finita, desolada, precária ofusca a paisagem, anoitece-nos o sentir. Um infinito mundo por viver, uma vida inteira desfeita em inutilidades, cobre-me a alma de pó.