26.12.05

O ser e o nada

«La vraie philosophie se moque de la philosophie». A frase foi dita por René Descartes e vem citada num artigo sobre a tradução americana de um livro que tem todo o ar de ser simultaneamente lamentável e apetecível e que trata do grave problema de saber como é que um homem de meia figura, feio, quase cego de um olho, de mau feitio e que ainda por cima não lavaria os dentes conseguia seduzir sexualmente toda uma corte de raparigas jovens, belas e por vezes inteligentes. A obra chamava-se no original «Tête-à-Tête: Simone de Beauvoir and Jean-Paul Sartre». A editora é a Harper Collins. O autor da recensão chama-se Leland de la Durantaye, o qual é professor assistente na Universidade de Havard sobre Literatura inglesa e americana. Vem tudo no The Village Voice. Pelos vistos, como lembra o articulista, nas maquinações vis e predatórias, Simone de Beauvoir teria a sua parte. A inteligência, tal como o pau de cabinda, é, pelos vistos, um afrodisíaco, a filosofia um estimulante.