O primeiro prémio Nobel da Literatura foi atribuído em 1901 a um tal Sully Prudhomme, de seu nome verdadeiro René Armand François Prudhomme, poeta parnasiano e que na Academia Francesa ocupava a cadeira número vinte e quatro. À data Leo Tolstoy estava ainda vivo. Eis o que lembra Louis Menand num artigo sobre os prémios literários, seu sentido e limites. Trata-se da economia global da literatura, do modo mágico de converter um mau produto numa excelente venda. Vem no «The New Yorker», foi lá colocado hoje, dia a seguir ao dia de Natal. Quanto ao Prudhomme é aquele senhor em cima, com barbas e ar austero. Foi operário e amanuense de notário. A pertença à Academia dá-lhe direito a ser considerado um «imortal», embora já poucos se lembrem disso.