Talvez por ser sábado de manhã, hoje quando passei, não havia ninguém na rua. E, no entanto, o prédio ali estava. Por detrás da sua majestade caduca, ainda restavam centenas deles, aqueles que a família não queria ou já nem família teriam. Os vidros partidos, o reboco esboroado, no interior um frio tão glacial como o que lhes vai na alma. Amanhã, por ser domingo, talvez venha o sol e uma ou outra visita apareça com um farnel e umas revistas, para os entreter por uns momentos. Vão-se depressa, as crianças fartas de velhos, os adultos com medo de o serem. Hoje, depois de eu ter passado, e porque é sábado, não ficou ali mais ninguém.