Às vezes é só o desejo ferroviário de partir. O colocar a mala na rede por cima do assento. Esperar que ninguém nos acompanhe na carruagem. Abrir o jornal e adormecer, na ronronante viagem. Num qualquer apeadeiro, perdidas já as saudades de tudo, e ainda sem saber para que destino, mirar todos e cada um dos que entram a bordo, como se houvesse neles uma razão que a nós nos falta. Às vezes é só ficar eternamente no cais, a mala por fazer. um itinerário pelos carris do sonho pelas estações da ilusão.