Era eu, branco, e o Jéjé, mulato, filho do funileiro Lucas. O Lucas deve ter morrido, o Jéjé nem sei se vive, eu ando por aí. Um dia andava eu miúdo e uma miúda como eu, brincando no meio do capim. Eu era tão miúdo que me metia com uma miúda no meio do capim, para brincarmos aos jantarinhos para as bonecas. Jantarinho foi esse que aquilo largou a arder. Era eu, branco, o Jéjé, mulato, pretos de fuligem, a tentar apagar capim a arder. A Luizinha fugiu para casa com medo de apanhar. Estamos todos, uns velhos e outros mortos, um destes dias à mercê de sermos engolidos pelo crescer o capim. Talvez sobejem as bonecas da Luizinha. Hoje já ninguém brinca aos jantarinhos, hoje ninguém pega fogo ao capim.