24.4.06

A irrequietude do olhar

Predador e rapinante, senhor dos céus, traja-se de um estranho hábito, talar e mortuário. Ao entardecer, recolhe, sempre em bando, a árvores fronteiras a locais onde vida serenada, adormece. É o símbolo desta cidade, companheiro de marinheiros que já não há, amuleto de fiéis defuntos. Olhando-o, porém, na irrequietude do seu olhar, percebe-se o que é o inatingível, o momento íntimo da arreigada solidão, o inescapável do ser.