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Longe de tudo e a tudo indiferente, o sol ainda por chegar, a névoa a sombrear a paisagem, um homem pesca. Longe, a cidade dorme, num tumulto inquieto de responsabilidades, pesadelos de vidas desejadas e ansiosas, despertadores estridentes e inamistosos. Longe de tudo e a tudo indiferente um homem, este homem, confunde-se com a paisagem. Uma névoa piedosa sombreia-lhe o eu, diluindo-lhe o ser, recebendo-o no regaço maternal da Natureza. Longe, muito longe, a cidade desperta, sem conseguir acordar.