29.5.06

QTA, anule a mensagem anterior

E de súbito, por entre o zumbido intermitente mil martelos ecoaram na minha cabeça. Eram quase quatro horas da manhã, a hora em que estar sozinho mais dói. Longe, quase imperceptível, um som evanescente e no entanto claro, familiar. Súbito desperto da hipnose nocturna do éter, três letras, três magníficas letras, pelas quais eu parecia ter esperado toda uma eternidade: QSL, QSL, o sinal para acusar a recepção de uma mensagem. Suspenso por um instante, sabendo-a ali, esperei até ao desespero da alvorada. Raiava o sol, o sinal perdera-se, uma tempestade magnética varria-me o espectro. Era impossível esperar mais. Passaram anos até saber quem era e como tinha morrido naquele instante.