Estranha a associação de ideias no cérebro humano. Talvez por causa de um persistente zumbido na cabeça lembrei-me de que na África remota onde nasci, onde no quimbundo que por ali se falava nzumbi queria dizer espírito. E por causa disso lembrei-me de Zumbi dos Palamares.
Em 14 de Março de 1696, Caetano de Melo e Castro, Governador de Pernambuco, escreveu ao Rei: «Determinei que pusessem sua cabeça em um poste no lugar mais público desta praça, para satisfazer os ofendidos e justamente queixosos e atemorizar os negros que supersticiosamente julgavam Zumbi um imortal, para que entendessem que esta empresa acabava de todo com os Palmares».
Zumbi nasceu livre em Palmares, Pernambuco, no ano de 1655, mas foi capturado e entregue a um missionário português quando tinha aproximadamente seis anos. Batizado «Francisco», Zumbi recebeu os sacramentos, aprendeu português e latim e ajudava diariamente na celebração da missa. Lideraria a revolta negra contra a escravatura de que os portugueses fruiram. «Teve a cabeça cortada, salgada e levada ao governador Melo e Castro», reza a Enciclopédia.