3.1.09

Viagem sem regresso


Ao fim da tarde o mesmo sol que nos deixa despede-se deste local remoto. A única diferença é o calor húmido como se o mar fervesse com o afundar-se nele em cada dia, para um banho antes da cama, aquela gigantesca bola amiga, incendária, que nos alumia, aquece e promete o dia de amanhã.
Chega-se aqui sem outro motivo que não seja ver. O sentir vem depois, com a imobilidade, a ausência de vontade, a Natureza a cumprir o seu papel de chamar os corpos a si, diluindo-lhes a identidade da alma.
Chama-se Bata, na Guiné Equatorial. Para que não haja equívocos esta foi a minha primeira viagem a tal local. Puramente imaginária. É uma forma exótica de viajar. A única que admite a possibilidade de não haver regresso.