Creio que foi há dois anos vieram pedir aqui a casa água para dar de beber a uma destas árvores ou talvez às duas que «coitadinhas tinham sede». O ar inquieto não se disfarçava no rosto de irradiante bondade. Penso que teremos dado o contributo de uns baldes, atestados à torneira, para o florestamento da cidade. Por isso, as pobrezinhas conseguiram resistir à canícula e à secura na goela e ali estão agora, refasteladas de tão molhadas, os ramos de quando em vezes a adejar a alegria de estar a chover. Ao lado passam chapinhantes automóveis e uma transeuente encharcada. «Então e a sombrinha vizinha?», perguntaria eu de bom grado. Mas já fugiu, Praça de Espanha adiante, ala que se faz tarde, nem sombrinha nem sobrinha que o dia hoje está de água vai.