O filme que vemos nasce na moviola como o livro que lemos nasce na revisão. Escrever é simples e no rascunho está o génio do escritor. Só que o leitor é medíocre. Não consegue imaginar o sentido ante o lido. Tal como na vida a sequenciação é tão necessária na arte. O grande plano de um chocolate quente, por exemplo, num sábado de manhã. Com ele a narrativa está ganha. Reparei hoje que o canteiro das roseiras estava tratado. Os troncos saídos do Inverno esperam, prometedores, a chegada do sol. Em breve estará aí a magnífica rosa.
P. S. A foto é de Pasolini na mesa de montagem de um dos seus filmes, na moviola.