Hoje a Natureza reocupou o seu lugar, por sobre a selvajaria dos homens: a água lavou o sangue, o silêncio calou os estrondos dos canhões. Reflectida na água, a ponte é mais do que o lugar, é o momento. Talvez nesta tarde gélida o mundo pudesse suspender-se por um instante, sobre o rio Drina e sua ponte. Para um homem só, debruçado no parapeito, olhando o ondulado tacteante da água, a História não passou por aqui. Quando souber da carnificina, fará por esquecê-la. A memória dói, os deuses misericordiosos abreviam a dor.