Um dia de frio, de nuvens, de humidade, um dia em que se gela sem sobretudo e em que o sobretudo faz suar. Um dia em que apetece passear e se deseja voltar para casa. Um dia em que se come massada de peixe como quem jejua a maçada da carne. Sem vontade nem desejo. Um dia, porém, em que num instante fulgurante, o sol ilumina, portentoso e quente, uma janela. Ei-lo aprisionado como memória, sentido como eternidade.